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Dra. Daniela Pinho

fotos antes e depois

Fotos Antes e Depois: a Publicidade Médica

Mesmo com a nova resolução do Conselho Federal de Medicina a partir de março de 2024, regularizando o “antes e depois” (veja no fim do texto que não foi uma liberalização geral, sem regras!), eu ainda prefiro não postar fotos “antes e depois” dos resultados de procedimentos estéticos ou cirurgia plástica.
Não exponho minhas pacientes, muito menos os corpos. Prefiro discutir resultados, riscos e benefícios diretamente com cada paciente, no consultório, após uma conversa franca e esclarecedora.
Acredito que essa abordagem respeita a dignidade de cada pessoa e evita a propagação de mitos que bombardeiam as mídias digitais. Além disso, outra questão cada vez maior é sobre a segurança de dados e imagens, com o crescimento da inteligência artificial.
É preciso ainda esclarecer que mesmo com a Resolução do CFM nº 2.336/23, a imagem deve garantir o anonimato do paciente, ainda que este tenha autorizado o uso, e respeitar seu pudor e privacidade.

Fotos Antes e Depois

Veja abaixo exemplo de comentário que recebo nas redes sociais:

comentário de seguidora

fotos antes e depois comentário

minha resposta

fotos antes e depois resposta
Publicidade Médica: Regras
A publicidade médica deve obedecer aos seguintes critérios principais:
  • Estar relacionado à especialidade registrada do médico e vir acompanhada de texto educativo, contendo as indicações terapêuticas e fatores que possam influenciar negativamente o resultado;
  • A imagem também não pode ser manipulada ou melhorada e o paciente não pode ser identificado;
  • Fotos “antes e depois” devem ser apresentadas com informações contendo indicações, evoluções satisfatórias, insatisfatórias e possíveis complicações do procedimento.
Será mesmo que com a regulação das fotos “antes e depois” todas essas questões estão sendo observadas na grande maioria dos posts que vemos por aí? O que você tem observado na verdade?
Para mim, é na consulta de forma a esclarecer melhor dúvidas, resultados reais, cicatrizes e até complicações, que acho que mostrar os resultados é um ambiente mais adequado, menos sensacionalista e mais condizente com cada situação e paciente.
Claro que vai depender sempre de como o profissional conduz também a situação nesse ambiente…
Mas, entendo que a revolução digital universalizou o uso de imagens e a publicização da vida privada. Entretanto, não tornou isso uma obrigação de maneira alguma!
Ao contrário: cada vez mais tenho percebido, e acho que muitos também sentem isso, uma necessidade do resgate do privado.
Parece já estar surgindo (como em todo movimento social para haver um equilíbrio) esse movimento de preservação da segurança da individualidade, da privacidade…
O importante ao caminhar nessa “revolução” é justamente buscar o equilíbrio. Eu preferi e ainda prefiro “não entrar na onda” porque o fim dessa revolução nem sabemos quando e como será.